Descubra as doenças que causam esquecimento e afetam pacientes acima dos 50 anos

Esquecer onde colocou as chaves, não lembrar de um compromisso importante ou até mesmo confundir o nome de uma pessoa que se conhece há muito tempo é parte da experiência humana. O esquecimento pode ser frustrante e, frequentemente, é tratado como algo banal. No entanto, existem casos onde o esquecimento vai além de um simples lapso e se transforma em um indicativo de condições de saúde sérias. Especialistas têm se debruçado sobre esse fenômeno, principalmente em pacientes acima dos 50 anos, uma faixa etária onde a incidência de diversas doenças que provocam problemas de memória começa a aumentar.

As razões para o esquecimento podem ser tão variadas quanto as circunstâncias que o cercam. Diversas condições médicas, estilos de vida, e fatores psicológicos podem influenciar a capacidade de lembrar. Por exemplo, doenças como Alzheimer, demência vascular, e até condições como hipotireoidismo e depressão podem impactar significativamente as funções cognitivas. Neste artigo, vamos explorar em detalhes as doenças que causam esquecimento e afetam pacientes acima dos 50 anos, proporcionando uma visão abrangente e esclarecedora sobre este tema tão pertinente.

Doenças que causam esquecimento e afetam pacientes acima dos 50 anos | Tribuna Online

À medida que envelhecemos, as mudanças fisiológicas naturais podem levar a uma série de desafios de memória. Para aqueles na faixa etária de 50 anos ou mais, a preocupação com o esquecimento se intensifica, não apenas por questões de longevidade, mas também devido à possibilidade crescente de desenvolver doenças que afetam a cognição.

Demências

As demências são um dos grupos de doenças mais associadas ao esquecimento. Compreendem um espectro de condições que afetam principalmente pessoas mais velhas. Entre estas, o Alzheimer se destaca como a forma mais comum, caracterizando-se por uma progressiva perda de memória e alterações comportamentais. De acordo com o neurologista Fábio Fieni, as demências podem se manifestar de diversas maneiras, sendo que os sintomas iniciais podem variar de uma pessoa para outra. Em um estágio inicial, pode-se observar apenas lapsos de memória, enquanto em fases mais avançadas, o indivíduo pode apresentar dificuldades significativas em realizar atividades cotidianas.

Além da demência de Alzheimer, outras modalidades de demência incluem a demência vascular, frequentemente causada por pequenos AVCs, e demência frontotemporal, que impacta mais o comportamento e a expressão da linguagem. A demência com corpos de Lewy, por sua vez, é marcada por alucinações e alterações motoras, junto com a deterioração cognitiva. Em todas essas circunstâncias, o esquecimento pode ser devastador, não apenas para o paciente, mas também para seus familiares e cuidadores, que muitas vezes enfrentam emoções complexas ao lidar com a progressão da doença.

Hipotireoidismo

Outra condição que pode levar a problemas de memória é o hipotireoidismo, uma disfunção da glândula tireoide que resulta em uma produção insuficiente dos hormônios T3 e T4. Embora essa condição afete homens e mulheres de todas as idades, sua prevalência aumenta com a idade, especialmente entre mulheres. A endocrinologista Sabrina França enfatiza que a deficiência de hormônios da tireoide pode impactar a cognição, levando a esquecimentos, dificuldades de concentração, e problemas de raciocínio. A falta desses hormônios interfere diretamente na maneira como o cérebro processa informações.

Quando diagnosticado e tratado adequadamente, muitos dos sintomas associados ao hipotireoidismo podem ser aliviados. Contudo, o que se observa frequentemente são pacientes que ignoram os sintomas iniciais, atribuindo-os ao envelhecimento. Isso pode resultar em complicações mais graves, uma vez que o tratamento precoce é fundamental para prevenir danos permanentes à função cognitiva.

Depressão

A depressão também merece atenção especial, pois pode ter um impacto significativo na capacidade de memória. Muitas vezes considerada uma condição de saúde mental isolada, a depressão pode manifestar-se de diversas maneiras, uma delas sendo a chamada “pseudodemência”. Neste estado, mesmo que a pessoa pareça ter problemas de memória, a raiz do problema pode estar mais relacionada à falta de atenção e motivação do que a uma doença neurodegenerativa. O neurologista Fábio Fieni destaca que a depressão crônica, se não tratada, pode aumentar o risco de demências ao longo do tempo, afetando a memória e a capacidade cognitiva de forma preocupante.

Conseguindo prevalecer de maneira sutil, a depressão pode muitas vezes passar despercebida, dificultando a identificação das causas reais do esquecimento. Portanto, é fundamental que os profissionais de saúde considerem indicadores psicológicos durante a avaliação de problemas de memória, especialmente em pacientes idosos.

Insônia e Deficiências Nutricionais

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O sono de qualidade desempenha um papel crucial na memória e na função cognitiva geral. Assim, a insônia e outras perturbações do sono, como a apneia obstrutiva do sono, podem resultar em comprometimento da atenção e deterioração da memória. Daniela Barbieri, geriatra e presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia, explica que a privação de sono, em longo prazo, pode até aumentar o risco de demência. O sono insuficiente prejudica a consolidação da memória, tornando difícil reter novas informações.

Além disso, a deficiência de vitamina B12 é uma questão muitas vezes negligenciada. Essa vitamina é essencial para a produção de neurônios, e sua deficiência pode levar a problemas cognitivos significativos. Uma dieta balanceada que inclua fontes adequadas dessa vitamina é fundamental, especialmente para pessoas acima dos 50 anos.

Outros Fatores de Risco

Além das condições listadas, uma variedade de fatores adicionais pode influenciar o esquecimento em pacientes mais velhos, incluindo o uso excessivo de álcool e o recente impacto da COVID-19. Ao explorar o impacto do coronavírus, a neurologista Soo Yang Lee indica que muitos pacientes relatam sequelas cognitivas, o que se traduz em perda de memória e dificuldade em se concentrar. Embora muitos desses efeitos sejam reversíveis, um número crescente de pessoas continua a experimentar problemas de memória após a infecção, demonstrando como as circunstâncias de saúde pública podem afetar a cognitividade em larga escala.

Perguntas Frequentes sobre o Esquecimento em Pacientes Acima dos 50 Anos

O que pode causar esquecimento em pessoas acima dos 50 anos?
Múltiplas doenças, como demências, hipotireoidismo, depressão, insônia e até deficiências nutricionais, podem contribuir para problemas de memória.

O Alzheimer é a única forma de demência?
Não, existem várias formas de demência, incluindo demência vascular, demência frontotemporal e demência com corpos de Lewy.

Como o hipotireoidismo afeta a memória?
A deficiência hormonal resultante do hipotireoidismo pode levar a problemas de cognição e memória, dificultando a concentração e o raciocínio.

Qual é a relação entre depressão e esquecimento?
A depressão pode causar dificuldade de concentração, resultando em lapsos de memória que podem ser confundidos com demência.

A insônia pode afetar a memória?
Sim, a falta de sono de qualidade prejudica a atenção e a consolidação da memória, podendo aumentar o risco de demência ao longo do tempo.

Existem maneiras de tratar problemas de memória?
Sim, o tratamento depende da causa subjacente, como medicamentos para hipotireoidismo, terapia para depressão, ou intervenções para melhorar a qualidade do sono.

Conclusão

O esquecimento em pacientes acima dos 50 anos deve ser tratado com seriedade, já que pode ser um sinal de condições médicas que exigem intervenção imediata. A sensibilização sobre as doenças que causam esquecimento e afetam essa faixa etária é crucial para promover uma melhor qualidade de vida e preservar a saúde cognitiva. Além disso, hábitos saudáveis, como alimentação equilibrada, exercícios regulares e sono adequado, são essenciais para manter a função cerebral em bom estado.

Reconhecer e agir proativamente diante dos sintomas de esquecimento pode fazer a diferença. Consultar um profissional de saúde sempre que surgirem preocupações sobre a memória é um passo fundamental. As informações discutidas neste artigo oferecem uma perspectiva clara e abrangente sobre o tema, destacando a importância de um diagnóstico preciso e um tratamento adequado. Que possamos ter sempre em mente que, ao cuidar da memória, estamos cuidando da essência de quem somos.